O Silêncio Entre Nós

Antigamente deslizava por feeds como um fantasma num quarto lotado—olhos cansados, coração em silêncio. As notificações piscavam como vaga-lumes em parques de Brooklyn às 3h, cada uma um sussurro: “Você também carregou isto?” Não busquei likes. Não competi por validação. Escutei—ao silêncio entre textos, ao ritmo da canção coreana da minha avó, aos acordes de jazz dos passeios noturnos do meu pai. Chamam isso de “solidão digital”. Mas eu chamo de sagrado. Não há fera aqui. Nenhum troféu para ganhar. Apenas uma foto salva às 4:17h, marcada “isto me atingiu no peito”—de alguém que também ficou muito tempo. Nós somos ditos para “maximizar engajamento”, mas e se a verdadeira recompensa for simplesmente ser visto? Não por um algoritmo—but por outra alma que lembra o seu nome?