Perdi Meu Personagem… E Encontrei-me

A tela ficou escura.

Nada de erro. Nada de crash. Simplesmente… sumido.

Meu personagem — Kairo, o viajante nascido do oceano que cultivei por meses — foi apagado. Sem aviso. Sem despedida.

Fiquei sentado no meu apartamento em Brooklyn, com a chuva batendo na janela como aplausos distantes de um mundo esquecido.

E então entendi: não me senti furioso. Senti liberdade.

O Peso de Ser Visto

Antes, acreditava que jogos eram rotas de fuga — a selva digital onde podia ser alguém diferente: corajoso, rápido, impecável. Em Animal Haven, construí minha identidade com vitórias e sequências. Cada símbolo animal era mais do que pixels; era prova de existência.

Mas quando Kairo sumiu… sumiu também a necessidade de provar algo.

Naquela noite, não voltei ao jogo. Abri um velho caderno cheio de desenhos de criaturas marinhas feitos em noites insoneiras — criaturas que nunca se moviam na tela, mas viviam vividamente na memória.

O Jogo Nunca Foi Sobre Vencer

Ensina-nos a buscar vitórias como se fossem salvação. Mas e se alguns finais não forem falhas — mas convites? Em Animal Haven, cada sessão tinha regras: aposte com sabedoria, acompanhe as probabilidades, respeite os limites. Mas nenhuma regra dizia o que fazer quando seu personagem desaparece sem vestígios. Então perguntei a mim mesmo: o que significa jogar quando ninguém está olhando? Ser presente sem performance? Pregar sem métricas? Existir além dos dados? E lentamente — como a maré voltando — algo mudou dentro de mim. The game wasn’t broken. I was. Não quebrado — mas aberto novamente.

Um Novo Tipo de Jogo é Possível

Agora jogo diferente: não por prêmios nem rankings, mas por momentos:

Quando as ondas soam perfeitas nos fones, Quando a paleta de cores suaviza em rosa empoeirado e azul-ardósia, Quando um único golfinho aparece — não como prêmio, mas como testemunha,

Então lembro: isto não é entretenimento. É ritual. É cura disfarçada de lazer.

Alguns jogadores buscam troféus; Eu agora busco quietude — com intenção, silêncio com significado, e histórias que não terminam com “fim do jogo” mas com “talvez amanhã” instead..

Você Não É Seu Avatar

Você não precisa vencer para importar aqui. Você não precisa se apresentar para pertencer. Suas emoções são válidas mesmo que não cabem nas tabelas ou painéis analíticos.r Se já perdeu algo online e se sentiu vazio depois disso — eu te vejo.r Talvez seu personagem nunca tenha retornado.r Mas sua alma sim.r Qual jogo te ajudou a curar? Compartilhe sua história anonimamente abaixo — sua voz vale mais do que qualquer pontuação.